Bichos podem ajudar a tratar doenças tanto psicológicas quanto físicas
Professora Maria de Fátima, da Faculdade Medicina Veterinária da USP (Foto Divulgaçao) |
A relação próxima do homem com os animais não é de hoje. Desde a Antiguidade,
os bichos fazem parte do cotidiano, seja como força de trabalho, na
subsistência, ou, simplesmente, como companhia, os famosos pets, termo em inglês
para designar os bichinhos de estimação. Talvez, o que muitos não saibam, é que
os animais também podem ter grande contribuição em uma área específica da
medicina, denominada Zooterapia, cujas técnicas são utilizadas para o tratamento
de doenças tanto psicológicas quanto físicas.
Esse tipo de contato com os animais, incluindo cães, peixes, tartarugas, pássaros e, até mesmo, escargots, vem proporcionando o aumento da afetividade, do ânimo e da socialização de jovens, adultos e idosos, como mostra o projeto "Desenvolvendo a afetividade de idosos institucionalizados através dos animais", implantado em 2006 pela professora Maria de Fátima Martins, da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia (FMVZ) da Universidade São Paulo (USP).
“A zooterapia é uma ciência que visa estudar a interação do ser humano com o animal, mas sob o ponto de vista terapêutico e educacional. Ou seja, não mais o bicho como comida, não mais como companhia, mas sim estudado e colocado de forma a ajudar as pessoas em situações de estresse e depressão”, explica Maria de Fátima. A professora destaca também que alguns animais, como o cavalo, são importantes para o tratamento de doenças físicas, sendo reconhecido pelo Conselho Federal de Medicina para o tratamento de diversas enfermidades e limitações.
No caso da equoterapia, o movimento tridimensional do cavalo se assemelha ao realizado pelo homem. Nesse sentido, pacientes com algum tipo de deficiência motora que montam esses animais acabam por receber estímulos de forma repetida no sistema nervoso central, desencadeando respostas positivas. Dentre os benefícios, há a melhora no desenvolvimento motor, maior adequação do tônus muscular, melhora na coordenação motora e no controle da cabeça e do tronco, proporcionando maior equilíbrio.
O conhecimento sobre a zooterapia não é recente. Como explica a professora, o
método começou a ser utilizado no final do Século 19, na Bélgica, quando médicos
perceberam que pacientes que sofriam de algum tipo de deficiência mental
passavam a se socializar melhor devido ao convívio com animais, se tornando
menos agressivos. “Já na Inglaterra, nos anos 30, pesquisadores descobriram um
fato curioso: os idosos que iam para os asilos, mas que podiam levar seus
animais, tinham uma socialização e independência maior do que aqueles que não os
levavam. No Brasil, em 1950, a professora Nise da Silveira começou a tratar
pacientes esquizofrênicos com cães e gatos, batizando esses animais de
coterapeutas”, destaca Maria de Fátima.
Esse tipo de contato com os animais, incluindo cães, peixes, tartarugas, pássaros e, até mesmo, escargots, vem proporcionando o aumento da afetividade, do ânimo e da socialização de jovens, adultos e idosos, como mostra o projeto "Desenvolvendo a afetividade de idosos institucionalizados através dos animais", implantado em 2006 pela professora Maria de Fátima Martins, da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia (FMVZ) da Universidade São Paulo (USP).
“A zooterapia é uma ciência que visa estudar a interação do ser humano com o animal, mas sob o ponto de vista terapêutico e educacional. Ou seja, não mais o bicho como comida, não mais como companhia, mas sim estudado e colocado de forma a ajudar as pessoas em situações de estresse e depressão”, explica Maria de Fátima. A professora destaca também que alguns animais, como o cavalo, são importantes para o tratamento de doenças físicas, sendo reconhecido pelo Conselho Federal de Medicina para o tratamento de diversas enfermidades e limitações.
No caso da equoterapia, o movimento tridimensional do cavalo se assemelha ao realizado pelo homem. Nesse sentido, pacientes com algum tipo de deficiência motora que montam esses animais acabam por receber estímulos de forma repetida no sistema nervoso central, desencadeando respostas positivas. Dentre os benefícios, há a melhora no desenvolvimento motor, maior adequação do tônus muscular, melhora na coordenação motora e no controle da cabeça e do tronco, proporcionando maior equilíbrio.
Criança interagindo com um cachorro, animal usado frequentemente na zooterapia (Foto: Divulgação) |
O primeiro ponto a ser visto é a empatia entre o paciente e o animal. Para isso, entra em jogo o papel do psicólogo para avaliar o comportamento e a vida passada do paciente, indicando o tipo de bicho a ser adotado no tratamento. “No caso do cão, por exemplo, ele tem que ser de temperamento dócil, responder a alguns tipos de comandos básicos e estar em perfeitas condições de saúde para ser um ‘zooterapeuta’. O maior benefício da zooterapia é referente à socialização, independente do tipo de animal. Para uma pessoa que está desvalorizada, ou desmotivada, o bicho traz um novo ânimo”, afirma.
Tratamentos
Ylenise Marcolino, presidente da ONG Ateac (Foto: Divulgação) |
Os cães são animais que podem ser usados para melhorar o ânimo de qualquer paciente, mas também podem ajudar a combater os sintomas do autismo e de deficiências ou descordenações motoras, segundo Ylenise Marcolino, presidente do Instituto para Atividade, Terapia e Educação Assistida por Animais.
Para Ylenise, pacientes que apresentam casos de autismo precisam ter a atenção, concentração e interação social estimulados, além do afeto, já que o autista é muito fechado. "O cachorro consegue tornar o mundo exterior mais atraente parao autista. Colocamos o paciente para observar a orelha, a pata, a abraçar o cão. Pacientes com Síndrome de Down e diversas outras síndromes também podem passar pela zooterapia", diz.
No caso de pessoas com deficiências motoras ou problemas de coordenação, o trabalho deve ser sempre acompanhado por fisioterapeutas. "Estimulamos movimentos, a criança joga a bola para o cão, levanta os braços, mexe nas articulaçõs das mãos. Os deficientes conseguem fazer esses movimentos brincando, o que é uma superação. Os cães maiores podem funcionar como aparelhos, o paciente deita com o cão, abraça o cão. Trabalhamos com presilhas de cabelo, para estimular a habilidade motora fina das crianças, que prendem esses objetos nos animais", exemplifica.
Fonte: Ação
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