quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Ateac: animais auxiliam tratamentos médicos, através da interação social

Presidente da ONG explica como é o trabalho desenvolvido em nove instituições da região metropolitana de Campinas (SP), desde 2007


Humanização hospitalar ajuda a combater enfermidades e auxilia
tratamentos médicos (Foto: Divulgação)

A Síndrome de Asperger pode ser enquadrada no mesmo tipo de síndrome que o autismo, mas com algumas diferenças: não é responsável por atrasos ou deficiências no desenvolvimento cognitivo ou da linguagem da criança. O filho da bióloga Silvia Jansen tem a Síndrome de Asperger, que apresenta como principal sintoma a dificuldade de interação social. Em 2004, a família de Silvia ganhou um labrador. Ao conviver com o cão, seu filho passou a responder de forma melhor aos estímulos sociais e a expressar emoções de forma mais intensa, ou seja, os sintomas foram amenizados.
Com a evolução do quadro de seu filho, Silvia começou a pesquisar iniciativas de melhora da saúde e qualidade de vida em Campinas e em todo o estado São Paulo. A pesquisa revelou que haviam poucas iniciativas nessa linha, motivando Silvia a criar, em 2007, o Instituto para Atividade, Terapia e Educação Assistida por Animais (Ateac).
 
Ylenise Marcolino, presidente da ONG Ateac afirma que o objetivo de Silvia era levar o resultado que teve com seu filho a outras crianças. Ela explica como se dão os resultados do trabalho de humanização hospitalar, um dos principais da instituição. “Durante o processo de pesquisa inicial, percebemos que o trabalho com cães trazia múltiplos resultados em um curto intervalo de tempo. Em hospitais, temos moradores e o público flutuante. Os pacientes moradores ficam aguardando a visita dos cães, já que muitos não interagem, a única visita que recebem é a dos cachorros. No caso deles, o contato com os cães possibilita uma diminuição do estresse, libera-se mais endorfinas e o sistema imunológico se fortalece, facilitando o tratamento. Com os pacientes flutuantes, nota-se mudança de comportamento também. Acreditamos que o trabalho com animais é uma coterapia, que auxilia o tratamento médico”, explica.
 
A presidente complementa a explicação sobre o trabalho da Ateac, desenvolvido em nove locais. “Trabalhamos com idosos, autistas, deficientes múltiplos, filhos de soropositivos, em 5 instituições. Com os hospitais, são nove campos de trabalho. Em algumas instituições, cada paciente é acompanhado por um cão. Em outras, um grupo. Montamos atividades de acordo com a necessidade e comprometimento de cada paciente. Em algumas instituições, somos acompanhadas de psicólogas e pedagogas. Com os cães, trabalhamos nos pacientes a afetividade, atenção, cooperação e o aumento da capacidade cognitiva e física.Levar amor pras pessoas e ver o retorno no ato é o melhor de tudo. Trabalhar carinho, afeto, com pessoas que precisam tanto, é muito gratificante", garante Ylenise.
Segundo ela, a Ateac realiza cerca de 982 atendimentos mensais, com 69 cães e 66 voluntários. Na ONG, os voluntários são divididos em três tipos: voluntário sem cão, voluntário com cão e cão-voluntário. “Não somos um canil, todo cachorro que está conosco tem um lar, uma família. O cão tem que ser vacinado e extremamente saudável, já que ele entra em hospital, um ambiente naturalmente contaminado. Não podemos levar mais bactérias”, diz a presidente da organização.
 
Se você tem um cão e também interesse em ajudar a causa da Ateac, é muito simples. Entre em contato com a ONG, no telefone  (19) 3201-3582  ou pelo e-mail ateac@ateac.org.br. “Após um processo de seleção com uma série de avaliações com veterinários, o seu cão pode se tornar voluntário. Fazemos contatos com os veterinários, para ver se o cão está saudável, se é agressivo ou não. Simulamos situações, fazemos testes. Buscamos cães dóceis”, completa.

Fonte: Ação

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