Cães & Companhia
Portugal, 05/12/2002
Cães de assistência é o nome que se dá aos cães que são muito mais que um amigo para os seus proprietários. O dono de um cão de assistência é uma pessoa fisicamente incapacitada, normalmente numa cadeira de rodas, o que a impossiblita de, por exemplo, apanhar algo que caiu ao chão ou alcançar alguma coisa que está muito alto. Este cão busca o que o seu dono lhe pede, para em seguida lho entregar.
Frequentemente, a destreza das mãos e a liberdade de movimentos do corpo de uma pessoa numa cadeira de rodas estão limitadas. Por isso, estes cães actuam como se fossem as mãos e os braços dos seus donos. Por exemplo, podem abrir o frigorífico, tirar uma lata de refresco, fechar o frigorífico e dar a lata ao seu dono; escolher a roupa para lavar ou abrir a máquina e esvaziá-la; arrastar o cesto até ao estendal e pendurar a roupa. Também podem abrir o armário e retirar um casaco, descalçar o dono mesmo que os sapatos sejam de atacadores, abrir e fechar portas, fazer a cama, tapar o dono com uma manta ou levar qualquer coisa na boca. Estes e tantos outros são exemplos das várias tarefas que podem ser levadas a cabo por um cão de assistência.
Geralmente, estes cães dão assistência em situações quotidianas, em que normalmente estas pessoas dependem da ajuda de uma outra, tanto em casa como no trabalho, nas compras ou outro local. Se for às compras, ele pode tirar as coisas das estantes, colocá-las no cesto, pagar e levá-las a casa. O que é certo é que um cão de assistência é o companheiro inseparável ao seu dono e que o acompanha aonde quer que ele vá. Não é um cão para deixar sozinho em casa, uma vez que é útil e dá segurança. Se acontecer algo ao seu dono, pode ir buscar o telefone ou ladrar na rua, a pedir ajuda. Para além de estar educado para não ladrar sem razão ou armar escândalos mas sim a ser obediente ao seu dono. Se não fosse assim, não seria possível que uma pessoa com determinada incapacidade física, normalmente com pouca força, o controlasse e, assim, representaria um perigo. Outra razão para ter de ser obediente a cem por cento, tranquilo e sossegado, tem a ver com a necessidade de conseguir autorização para entrar em locais proibidos aos restantes cães, ditos "normais".
O cão de assistência possibilita tanta independência como um cão-guia ao seu dono invisual, e deve beneficiar das mesmas excepções jurídicas. Tal como o cão-guia, também o de assistência tem de estar sempre identificado como cão trabalhador quando está em público, e para tal leva uma capa que indica, entre outras coisas, o símbolo de incapacidade do dono. O que ao mesmo tempo significa que não há razão nenhuma para ter medo deste cão.
Normalmente, observar um cão de assistência a desempenhar o seu trabalho impõe muito respeito, e para o ajudar é importante não o acarinhar, uma vez que isso o distrai muito. Em qualquer dos casos, deve sempre pedir-se autorização ao dono para acariciar um cão.
A Procura de um Patrocinador
Em todos os demais países, os cães de assistência são dados a pessoas que deles necessitem, por meio de fundos privados de particulares, empresas e fundações, que fazem doações a uma organização, onde os cães são preparados. Na França, a Assistência Social está a ponto de subvencionar esses cachorros. Na Espanha, não há nem subvenções, nem doações e, portanto, é muito difícil para as pessoas com deficiência obter um cão. Canix procura patrocinadores em colcaboração com deficientes interessados. Os patrocinadores, entre outras coisas, terão seu logotipo na capa que o cão sempre usa em público.
A relação com o Dono
Para além das inúmeras tarefas práticas que estes cães desempenham, cria-se sempre uma relação de amizade e afecto incomparável entre o cão de assistência e o seu dono. O cão, que gosta de trabalhar, está sempre disposto a ajudar, facilitando ao seu proprietário a capacidade perdida.
Uma pessoa fisicamente limitada, que antes necessitava da ajuda de outra pessoa, pode, ao ter um cão de assistência, ficar sozinha durante praticamente todo o dia, apenas necessitando de ajuda para a sua higiene pessoal. Está comprovado que a quantidade de horas semanais que uma pessoa incapacitada necessita da assistência de outras pessoas fica reduzida, em média, entre 60 a 70%. Esta redução é de tal importância que, por si só, paga o cão e os seus cuidados, deixando ainda uma vantagem económica muito grande. A independência e a companhia proporcionadas pelo cão aumentam a auto-estima e confiança da pessoa limitada, de tal maneira que esta se atreve a sair sozinha à rua e a levar uma vida social muito mais intensa.
O Adestramento
Tanto o carácter do cão como toda a sua educação têm de ser muito especiais, caso contrário podem mesmo representar um perigo para a pessoa incapacitada. Sendo assim, há que seleccionar cuidadosamente os cães destinados a este fim, para que tenham um carácter muito carinhoso e dócil, que gostem muito das pessoas e que não tenham nenhuma agressividade.
Quem paga um cão de assistência?
Nos EUA há um Estado que proporciona um cão de assistência a todos os incapacitados que o desejem, o que sai mais em conta do que ter de pagar pelos serviços de uma pessoa durante muito tempo.
Estes animais são treinados há mais de vinte anos nos EUA e Reino Unido e durante a última década em países como França, Holanda, Dinamarca, Suécia, Canadá e Austrália. Os cães são oferecidos às pessoas que deles necessitem através de fundos privados de particulares, empresas e fundações que fazem os seus donativos às organizações não lucrativas que os treinam.
Por estas razões, segue-se um método complexo de selecção e eleição dos cachorros e também dos animais reprodutores. Normalmente, são da raça Labrador Retriever e procedem dos melhores criadores de toda a Europa. Os pais são escolhidos depois de o seu temperamento e o seu estado físico serem testados o mais profundamente possível. Os cachorros são observados duas vezes com a sua mãe e toda a ninhada, passam por um teste de carácter em duas idades diferentes antes de serem m eleitos e são recolhidos quando têm oito semanas, altura em que começa a sua educação.
Os cães podem acabar por obedecer a mais de 100 ordens diferentes. O treino é diário e com o objectivo de criar:
1. Amizade e afecto
2. Independência
3. Redução nas horas de assistência de outras pessoas entre 60 a 70%
4. Autoconfiança
5. Vida social
6. Melhor qualidade de vida
7. Vontade de estudar
8. Capacidade para realizar um trabalho
9. Melhor integração na sociedade
Estudos científicos demonstraram que a introdução de um cão de serviço na vida de uma pessoa incapacitada e parada em casa, resulta quase sempre numa mudança total do seu estilo de vida, levando a que a pessoa se sinta capaz e com vontade de estudar ou ter um emprego
Estimula-se no cão vontade de trabalhar, ao contrário da maioria dos métodos, que se baseiam no castigo. O significado das ordens é aprendido através do jogo e para além de aprenderem as tarefas especializadas de um cão de assistência, tais como acender e apagar a luz, empurrar uma cadeira de rodas em distâncias curtas, abrir e fechar armários e caixas, têm de aprender a comportar-se sempre muito educadamente. Tudo isto não se aprende nem nas classes diárias de adestramento nem estando fechados num canil, mas sim no dia-a-dia. Por isso os seus treinadores vêem-se obrigados a ter os cachorros consigo durante grande parte da sua vida quotidiana e privada, para que estes se vão acostumando a comportar-se bem em qualquer situação de uma vida variada e normal. Uma pessoa incapacitada não pode recolher os dejectos que o seu cão possa deixar na rua e por isso são ensinados a apenas fazer as suas necessidades quando o seu dono lhes diga a palavra-chave. A pessoa de cadeira de rodas também não pode levantar-se e chamar o seu cão à atenção, por isso tem de estar educado para obedecer e deixar-se sempre controlar.
Como devem ser os Cães?
- Carinhoso
- Dócil
- Encantado pelas pessoas
- Sem sinais de agressividade
- Com facilidade para aprender
- Com vontade de trabalhar
- Tranquilo
Tudo isto é normal encontrar em determinados exemplares das raças Labrador Retriever e Golden Retriever. Se os cães não cumprem estes requistos, a pessoa incapacitada não poderá controlá-los, o que significaria um perigo em vez de uma ajuda. Poucos cães têm estes requisitos e por isso são procurados por toda a Europa.
Um cão de assistência geralmente tem um nível de educação muito elevado.
As organizações que educam estes cães ensinam-lhes determinadas tarefas gerais, válidas para quem quer que os receba e normalmente prontos para trabalhar quando têm aproximadamente entre dois e dois anos e meio de idade.
Em relação ao comportamento geral do cão, em tarefas menos específicas, pode ser possível que com aproximadamente um ano de idade já esteja completamente educado.
Outro método consiste no ensino especifíco, ou seja, sendo ensinados segundo as necessidades individuais de cada pessoa, o que implica saber de antemão quais as tarefas para as quais deve ser preparado. Esta é uma maneira de não perder recursos ensinando-lhe uma tarefa que nunca utilizará, e consegue-se tempo para investigar novas tarefas, muito úteis e desejadas pela pessoa incapacitada. Ensinar um cão de assistência conhecendo previamente o seu futuro dono pode ser bastante eficaz na escolha do seu temperamento, para que cão e dono se dêem bem.
Uma selecção tão rigorosa e morosa, com mais de um ano de treino exigente e diário, representa custos muito elevados. São poucos os indivíduos incapacitados que têm disponibilidade financeira para adquirir um cão de assistência, de maneira que a solução passa por doações efectuadas a rganizações de ajuda.
Estudos científicos demonstraram que a introdução de um cão de serviço na ida de uma pessoa incapacitada e parada em casa, resulta quase sempre uma mudança total do seu estilo de vida, levando a que a pessoa se sinta capaz com vontade de estudar ou ter um emprego, pelo menos em part-time. Esta udança costuma ver-se nos primeiros seis meses de convívio com o cão.
A educação do dono
Antes de lhe ser entregue o cão, o futuro dono tem de aprender bastantes coisas sobre os cães e o seu comportamento: como conseguir a confiança deste, como manter o nível de obediência que ele tem quando lhe é entregue, como cuidá-lo da melhor forma possível e como lhe ensinar coisas novas, à medida que vai sendo necessário. O dono adquire estes conhecimentos tanto através de material que tem de estudar previamente, como estando com o treinador entre uma a duas semanas
O adestramento tem início às oito semanas de idade do cachorro. Está construído como um jogo com regras. Ao iniciá-lo numa idade tão recuada, o cão fica mais controlável e estável no seu trabalho e receptivo a aprender tarefas muito mais complicadas do que o normal.
Uma vez entregue o cão, mantém-se o contacto com o indivíduo durante o resto da vida do cão, uma vez que juridicamente este é alugado por toda a vida. Assim, as organizações que treinam estes cães têm duas grandes responsabilidades. Uma é o bem-estar do animal, assegurando-se de que não há maus tratos, caso contrário o cão voltará imediatamente para o centro. A outra está relacionada com a pessoa incapacitada, a responsabilidade de que o par funcione bem e continue assim durante toda a vida do cão, sendo imprescindível o contacto regular com o centro, que possibilita a solução de algum problema, dúvida ou até mesmo o pedido de aprendizagem de uma nova tarefa, sempre que o co ainda seja jovem.
Em dado momento o cão envelhece e já não consegue levar a cabo as tarefas habituais, altura em que se aposenta. Se um familiar da pessoa incapacitada se afeiçoou a este, normalmente fica com ele. Caso contrário, procura-se-lhe um novo lar e quando isso não é possível, o que será estranho uma vez que a maioria das pessoas sonha em ter um cão educado, volta para o centro e desfruta do seu tempo, agora livre de todas as obrigações de trabalho.
Algumas vezes as pessoas incapacitadas já têm um cão, mas têm dificuldade em controlá-lo, necessitando de ajuda nalguma tarefa da sua vida quotidiana. Estes cães também podem ser educados a ser controláveis ou a desempenhar tarefas simples, tais como apanhar coisas caídas ao chão ou carregar em botões difíceis de alcançar, como o do elevador e o de emergência, entre outros. Podem chegar a ser muito bons companheiros e ajudantes. No entanto, para este fim, é necessário que o cão seja educado desde filhote.
Portugal, 05/12/2002
Cães de assistência é o nome que se dá aos cães que são muito mais que um amigo para os seus proprietários. O dono de um cão de assistência é uma pessoa fisicamente incapacitada, normalmente numa cadeira de rodas, o que a impossiblita de, por exemplo, apanhar algo que caiu ao chão ou alcançar alguma coisa que está muito alto. Este cão busca o que o seu dono lhe pede, para em seguida lho entregar.
Frequentemente, a destreza das mãos e a liberdade de movimentos do corpo de uma pessoa numa cadeira de rodas estão limitadas. Por isso, estes cães actuam como se fossem as mãos e os braços dos seus donos. Por exemplo, podem abrir o frigorífico, tirar uma lata de refresco, fechar o frigorífico e dar a lata ao seu dono; escolher a roupa para lavar ou abrir a máquina e esvaziá-la; arrastar o cesto até ao estendal e pendurar a roupa. Também podem abrir o armário e retirar um casaco, descalçar o dono mesmo que os sapatos sejam de atacadores, abrir e fechar portas, fazer a cama, tapar o dono com uma manta ou levar qualquer coisa na boca. Estes e tantos outros são exemplos das várias tarefas que podem ser levadas a cabo por um cão de assistência.
Geralmente, estes cães dão assistência em situações quotidianas, em que normalmente estas pessoas dependem da ajuda de uma outra, tanto em casa como no trabalho, nas compras ou outro local. Se for às compras, ele pode tirar as coisas das estantes, colocá-las no cesto, pagar e levá-las a casa. O que é certo é que um cão de assistência é o companheiro inseparável ao seu dono e que o acompanha aonde quer que ele vá. Não é um cão para deixar sozinho em casa, uma vez que é útil e dá segurança. Se acontecer algo ao seu dono, pode ir buscar o telefone ou ladrar na rua, a pedir ajuda. Para além de estar educado para não ladrar sem razão ou armar escândalos mas sim a ser obediente ao seu dono. Se não fosse assim, não seria possível que uma pessoa com determinada incapacidade física, normalmente com pouca força, o controlasse e, assim, representaria um perigo. Outra razão para ter de ser obediente a cem por cento, tranquilo e sossegado, tem a ver com a necessidade de conseguir autorização para entrar em locais proibidos aos restantes cães, ditos "normais".
O cão de assistência possibilita tanta independência como um cão-guia ao seu dono invisual, e deve beneficiar das mesmas excepções jurídicas. Tal como o cão-guia, também o de assistência tem de estar sempre identificado como cão trabalhador quando está em público, e para tal leva uma capa que indica, entre outras coisas, o símbolo de incapacidade do dono. O que ao mesmo tempo significa que não há razão nenhuma para ter medo deste cão.
Normalmente, observar um cão de assistência a desempenhar o seu trabalho impõe muito respeito, e para o ajudar é importante não o acarinhar, uma vez que isso o distrai muito. Em qualquer dos casos, deve sempre pedir-se autorização ao dono para acariciar um cão.
A Procura de um Patrocinador
Em todos os demais países, os cães de assistência são dados a pessoas que deles necessitem, por meio de fundos privados de particulares, empresas e fundações, que fazem doações a uma organização, onde os cães são preparados. Na França, a Assistência Social está a ponto de subvencionar esses cachorros. Na Espanha, não há nem subvenções, nem doações e, portanto, é muito difícil para as pessoas com deficiência obter um cão. Canix procura patrocinadores em colcaboração com deficientes interessados. Os patrocinadores, entre outras coisas, terão seu logotipo na capa que o cão sempre usa em público.
A relação com o Dono
Para além das inúmeras tarefas práticas que estes cães desempenham, cria-se sempre uma relação de amizade e afecto incomparável entre o cão de assistência e o seu dono. O cão, que gosta de trabalhar, está sempre disposto a ajudar, facilitando ao seu proprietário a capacidade perdida.
Uma pessoa fisicamente limitada, que antes necessitava da ajuda de outra pessoa, pode, ao ter um cão de assistência, ficar sozinha durante praticamente todo o dia, apenas necessitando de ajuda para a sua higiene pessoal. Está comprovado que a quantidade de horas semanais que uma pessoa incapacitada necessita da assistência de outras pessoas fica reduzida, em média, entre 60 a 70%. Esta redução é de tal importância que, por si só, paga o cão e os seus cuidados, deixando ainda uma vantagem económica muito grande. A independência e a companhia proporcionadas pelo cão aumentam a auto-estima e confiança da pessoa limitada, de tal maneira que esta se atreve a sair sozinha à rua e a levar uma vida social muito mais intensa.
O Adestramento
Tanto o carácter do cão como toda a sua educação têm de ser muito especiais, caso contrário podem mesmo representar um perigo para a pessoa incapacitada. Sendo assim, há que seleccionar cuidadosamente os cães destinados a este fim, para que tenham um carácter muito carinhoso e dócil, que gostem muito das pessoas e que não tenham nenhuma agressividade.
Quem paga um cão de assistência?
Nos EUA há um Estado que proporciona um cão de assistência a todos os incapacitados que o desejem, o que sai mais em conta do que ter de pagar pelos serviços de uma pessoa durante muito tempo.
Estes animais são treinados há mais de vinte anos nos EUA e Reino Unido e durante a última década em países como França, Holanda, Dinamarca, Suécia, Canadá e Austrália. Os cães são oferecidos às pessoas que deles necessitem através de fundos privados de particulares, empresas e fundações que fazem os seus donativos às organizações não lucrativas que os treinam.
Por estas razões, segue-se um método complexo de selecção e eleição dos cachorros e também dos animais reprodutores. Normalmente, são da raça Labrador Retriever e procedem dos melhores criadores de toda a Europa. Os pais são escolhidos depois de o seu temperamento e o seu estado físico serem testados o mais profundamente possível. Os cachorros são observados duas vezes com a sua mãe e toda a ninhada, passam por um teste de carácter em duas idades diferentes antes de serem m eleitos e são recolhidos quando têm oito semanas, altura em que começa a sua educação.
Os cães podem acabar por obedecer a mais de 100 ordens diferentes. O treino é diário e com o objectivo de criar:
1. Amizade e afecto
2. Independência
3. Redução nas horas de assistência de outras pessoas entre 60 a 70%
4. Autoconfiança
5. Vida social
6. Melhor qualidade de vida
7. Vontade de estudar
8. Capacidade para realizar um trabalho
9. Melhor integração na sociedade
Estudos científicos demonstraram que a introdução de um cão de serviço na vida de uma pessoa incapacitada e parada em casa, resulta quase sempre numa mudança total do seu estilo de vida, levando a que a pessoa se sinta capaz e com vontade de estudar ou ter um emprego
Estimula-se no cão vontade de trabalhar, ao contrário da maioria dos métodos, que se baseiam no castigo. O significado das ordens é aprendido através do jogo e para além de aprenderem as tarefas especializadas de um cão de assistência, tais como acender e apagar a luz, empurrar uma cadeira de rodas em distâncias curtas, abrir e fechar armários e caixas, têm de aprender a comportar-se sempre muito educadamente. Tudo isto não se aprende nem nas classes diárias de adestramento nem estando fechados num canil, mas sim no dia-a-dia. Por isso os seus treinadores vêem-se obrigados a ter os cachorros consigo durante grande parte da sua vida quotidiana e privada, para que estes se vão acostumando a comportar-se bem em qualquer situação de uma vida variada e normal. Uma pessoa incapacitada não pode recolher os dejectos que o seu cão possa deixar na rua e por isso são ensinados a apenas fazer as suas necessidades quando o seu dono lhes diga a palavra-chave. A pessoa de cadeira de rodas também não pode levantar-se e chamar o seu cão à atenção, por isso tem de estar educado para obedecer e deixar-se sempre controlar.
Como devem ser os Cães?
- Carinhoso
- Dócil
- Encantado pelas pessoas
- Sem sinais de agressividade
- Com facilidade para aprender
- Com vontade de trabalhar
- Tranquilo
Tudo isto é normal encontrar em determinados exemplares das raças Labrador Retriever e Golden Retriever. Se os cães não cumprem estes requistos, a pessoa incapacitada não poderá controlá-los, o que significaria um perigo em vez de uma ajuda. Poucos cães têm estes requisitos e por isso são procurados por toda a Europa.
Um cão de assistência geralmente tem um nível de educação muito elevado.
As organizações que educam estes cães ensinam-lhes determinadas tarefas gerais, válidas para quem quer que os receba e normalmente prontos para trabalhar quando têm aproximadamente entre dois e dois anos e meio de idade.
Em relação ao comportamento geral do cão, em tarefas menos específicas, pode ser possível que com aproximadamente um ano de idade já esteja completamente educado.
Outro método consiste no ensino especifíco, ou seja, sendo ensinados segundo as necessidades individuais de cada pessoa, o que implica saber de antemão quais as tarefas para as quais deve ser preparado. Esta é uma maneira de não perder recursos ensinando-lhe uma tarefa que nunca utilizará, e consegue-se tempo para investigar novas tarefas, muito úteis e desejadas pela pessoa incapacitada. Ensinar um cão de assistência conhecendo previamente o seu futuro dono pode ser bastante eficaz na escolha do seu temperamento, para que cão e dono se dêem bem.
Uma selecção tão rigorosa e morosa, com mais de um ano de treino exigente e diário, representa custos muito elevados. São poucos os indivíduos incapacitados que têm disponibilidade financeira para adquirir um cão de assistência, de maneira que a solução passa por doações efectuadas a rganizações de ajuda.
Estudos científicos demonstraram que a introdução de um cão de serviço na ida de uma pessoa incapacitada e parada em casa, resulta quase sempre uma mudança total do seu estilo de vida, levando a que a pessoa se sinta capaz com vontade de estudar ou ter um emprego, pelo menos em part-time. Esta udança costuma ver-se nos primeiros seis meses de convívio com o cão.
A educação do dono
Antes de lhe ser entregue o cão, o futuro dono tem de aprender bastantes coisas sobre os cães e o seu comportamento: como conseguir a confiança deste, como manter o nível de obediência que ele tem quando lhe é entregue, como cuidá-lo da melhor forma possível e como lhe ensinar coisas novas, à medida que vai sendo necessário. O dono adquire estes conhecimentos tanto através de material que tem de estudar previamente, como estando com o treinador entre uma a duas semanas
O adestramento tem início às oito semanas de idade do cachorro. Está construído como um jogo com regras. Ao iniciá-lo numa idade tão recuada, o cão fica mais controlável e estável no seu trabalho e receptivo a aprender tarefas muito mais complicadas do que o normal.
Uma vez entregue o cão, mantém-se o contacto com o indivíduo durante o resto da vida do cão, uma vez que juridicamente este é alugado por toda a vida. Assim, as organizações que treinam estes cães têm duas grandes responsabilidades. Uma é o bem-estar do animal, assegurando-se de que não há maus tratos, caso contrário o cão voltará imediatamente para o centro. A outra está relacionada com a pessoa incapacitada, a responsabilidade de que o par funcione bem e continue assim durante toda a vida do cão, sendo imprescindível o contacto regular com o centro, que possibilita a solução de algum problema, dúvida ou até mesmo o pedido de aprendizagem de uma nova tarefa, sempre que o co ainda seja jovem.
Em dado momento o cão envelhece e já não consegue levar a cabo as tarefas habituais, altura em que se aposenta. Se um familiar da pessoa incapacitada se afeiçoou a este, normalmente fica com ele. Caso contrário, procura-se-lhe um novo lar e quando isso não é possível, o que será estranho uma vez que a maioria das pessoas sonha em ter um cão educado, volta para o centro e desfruta do seu tempo, agora livre de todas as obrigações de trabalho.
Algumas vezes as pessoas incapacitadas já têm um cão, mas têm dificuldade em controlá-lo, necessitando de ajuda nalguma tarefa da sua vida quotidiana. Estes cães também podem ser educados a ser controláveis ou a desempenhar tarefas simples, tais como apanhar coisas caídas ao chão ou carregar em botões difíceis de alcançar, como o do elevador e o de emergência, entre outros. Podem chegar a ser muito bons companheiros e ajudantes. No entanto, para este fim, é necessário que o cão seja educado desde filhote.
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