segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Vídeo: Autistas interagem com animais



A interacção é uma das mais importantes áreas de trabalho com um autista. Esta faz com que se abram, fujam do seu mundo fechado e comecem a comunicar aos poucos. Em Portugal -Algarve, no Zoomarine, poderão fazer uma experiência com golfinhos. No nosso país a interacção com cães, tem sido muito positiva para os autistas:

«Crianças algarvias com doenças mentais e adolescentes sem motivação para estudar fazem terapia com cães d'água, raça portuguesa que, durante os Descobrimentos, embarcava com os marinheiros e que até há 30 anos auxiliava os pescadores a detectar o peixe. No passado ano lectivo, Filomena Pires, 14 anos, que frequenta o 8º ano em Faro, tinha fraco aproveitamento e pouca motivação para estudar.
Só quando a cachorrinha d'água Koli entrou na sua vida é que voltou a ter forças para agarrar o estudo e voltar a brilhar nos testes de avaliação, relata a adolescente.
"Na Matemática, estava com negativa e este primeiro período escolar vou ter um três gordo e a história também já subi", conta, orgulhosa, a adolescente, que jura sentir-se "em casa" quando vai divertir-se como voluntária no Canil da Ria Formosa, na Quinta do Marim, próximo de Olhão.
A motivação para voltar a estudar com afinco chegou com a contrapartida imposta pela família: "Podes estar com os cães d'água, mas só se antes disso estudares e subires as notas".
O "negócio" resultou e Filomena vai poder passar as férias deste Natal a alimentar, escovar e preparar a sua Koli para concursos de beleza, assim como ver o treino dos restantes cães d'água da Ria Formosa para situações de resgate em caso de terramoto ou de afogamento.
"Acho que a única coisa em que confio realmente é no meu cão", desabafa a menina de olhos esverdeados, enquanto meia dúzia de cães d'água a brindam com alguns encontrões.
Resultados positivamente inesperados foram os registados nalgumas das crianças que pertencem à Associação Algarvia de Pais e Amigos de Crianças Diminuídas Mentais.
Óscar, autista, 30 anos, entrava em pânico quando via cães, mas desde que conviveu com exemplares de uma das mais antigas raças de cães do mundo conseguiu vencer o medo e hoje já consegue dar-lhes alimento à mão e passeá-los pela trela.
Cláudia Valente, terapeuta de Educação Especial e Reabilitação, assevera que conhece casos de melhoria de comportamento emocional e motor em doentes mentais, depois das terapias com os cães d'água.
Um dos casos é o de José, adolescente autista que rejeitava o toque e apenas conseguia estar cinco segundos atento a uma actividade. Com a terapia na Ria Formosa conseguiu aumentar o tempo de concentração, explicou a terapeuta.
Após dois anos de terapia, José já conseguia andar durante 15 minutos sem se sentar, dar gargalhadas e descobrir o gosto pela dança.
Uma outra criança, com problemas de hiperactividade, ganhou mais domínio na precisão dos movimentos e nos tempos de concentração, enquanto outra, com trissomia 21, aumentou o movimento de pinça - estimulado para pré-escrita -, ganhou noção do corpo através do estudo do corpo do cão e eliminou alguns pudores, como o nojo do toque do beijo.
Mas esta terapia que tanto sucesso tem feito com as crianças pode estar em risco devido à falta de voluntários e à escassez de financiamento, avisa Carla Peralta, responsável pelo Canil da Ria Formosa, instituição que tem como principal objectivo "preservar e dar a conhecer a raça de cão portuguesa".
Segundo contou à Lusa, actualmente há apenas uma voluntária adulta na instituição, a alemã Barbara Mundt, que nem sempre está no Algarve e, por isso, pede aos cidadãos interessados que se desloquem ao canil e ofereçam os seus préstimos como voluntários.
A técnica, informática de formação, confessa que para conseguir subsidiar o canil da Ria Formosa resolveu investir num curso de cabeleireiro para cães em Lisboa e com os cortes de pêlo ao domicílio - um bom banho e corte rodam os 35 euros - vai reunindo algum dinheiro.
Durante a expansão marítima portuguesa, o cão d'água servia de companhia nas viagens marítimas dos navegadores portugueses e até aos anos 70 auxiliava a comunidade piscatória portuguesa a identificar cardumes de peixe, detectar tubarões e servia de estafeta entre embarcações com mensagens ou objectos.
Hoje, é na região do Algarve que se encontra o maior número de exemplares de cães d'água de Portugal (existem cerca de 3.000), embora a maior comunidade esteja nos EUA, graças à actriz Deyanne Miller, que aparecia em fotografias com um cão d'água comprado a Conchita Citron, a primeira portuguesa a tourear naquele País e que popularizou a raça.
O cão d'água apresenta um porte médio de 55 centímetros, pode atingir os 20 quilos, não tem pêlo mas sim cabelo que cresce continuamente e encaracola e possui uma membrana interdigital desenvolvida para nadar melhor.
É considerado um óptimo cão de guarda, lutador, bom companheiro, dócil e cuidadoso com as crianças.»

Fonte:Lusa

2 comentários:

Maria dos anjos disse...

Eu Julia Freitas da Silva,estou como presidente de uma ONG(ocisp)estou com dificudade para encontra parceria.O meu mail é juliasdefreitas@gmail.com estou procurando ajuda já que também trabalho com desenvolvimento projeto de criança carente!!!!!!

Sérgio Pontes disse...

Todos os Animais devem ser respeitados!

Se gostarem de animais, convido-vos a visitar:

http://groups.google.pt/group/animais_portugal?hl=pt-PT

Cumprimentos,