quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Prazer de ser voluntário...

Por Manuel Guedes da Silva

Nos dias de hoje falar de trabalho voluntário ou simplesmente voluntariado, não é tarefa fácil.
As múltiplas solicitações e dispersões que nos rodeiam – TV, Vídeo, cinema, desporto, computador...-, muito ajudam a justificar a falta de tempo e, de modo algum contribuem para que haja motivação dirigida para dispor de tempo dedicado aos que de nós possam necessitar. Desde muito cedo, e permanentemente, ouvimos dizer: “tudo tem um custo”, “a vida está cara” ou “há que trabalhar para ganhar o pão de cada dia” e tudo nos orienta o comportamento para a necessidade do dinheiro, de o ganhar para obter uma mais valia material.
Alguém verá, ao ler estas palavras, algum ‘fatalismo’, que no futuro apenas teremos uma sociedade despersonalizada, onde o dinheiro será o objectivo supremo do homem – a verdade é que, em parte e para muitos, já o é.
Devemos combater a tendência a tudo relativizar com base no dinheiro e ter presente que é no homem e nos seus valores que está a aposta numa vida mais saudável e feliz. Esta orientação deve ser seguida desde muito cedo e uma excelente escola de aprendizagem é sem dúvida a ocupação de tempos livres dedicada, de forma voluntária e gratuita, em favor de pessoas mais carenciadas.
Mas para que se possa aderir ao voluntariado, que devemos definir como trabalho não remunerado, é necessário reunir, no mínimo, três condições: ter um objectivo, haver motivação e concretizar um projecto. No primeiro há uma visão clara do que se pretende fazer e dos resultados a obter. Mas tudo exige uma motivação e uma força interior que vença dificuldades e permita, por vezes, que nos superemos a nós próprios, como que (re)descobrindo-nos. Por último, a concretização de um trabalho de voluntariado exige um projecto (pessoal ou inserido num grupo) onde se concretizam os valores pessoais e evidenciam (ou revelam) as capacidades de cada um ao serviço do próximo.

(...)

O trabalho voluntário é, sobretudo uma escola de aprendizagem e enriquecimento pessoal. O espírito aberto e receptivo é uma constante que facilita a entrega plena ao próximo e, desta forma, obter resultados surpreendentes. O trabalho voluntário é, por si só, a plena constatação de que é DANDO QUE SE RECEBE.

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