Isso mesmo! Uma nova disciplina está encantando a criançada. Em vez de giz de cera e massinha de modelar, os materiais obrigatórios são guias e coleiras
Por Andréa Guedes
Fonte: Revista Baby & Cia/Ed 04
Fotos: Getty Images/Divulgação
Na nossa infância éramos fascinadas pelo Snoopy e Scooby Doo, cachorrinhos espertos que nos deixavam boquiabertos. Queríamos que os nossos simples bichinhos tivessem a mesma esperteza e agilidade do que os das telinhas.
Os anos se passaram, a geração se renovou, os desenhos animados se modernizaram e o mesmo carisma dos amiguinhos de quatro patas permaneceu. Hoje, a simbologia do colega afetuoso continua estampadaem cãozinhos divertidos e inteligentes, como o Doki, mascote do Discovery Kids.
Qual é o bebê que não arregala os olhinhos e abre aquele sorriso gostoso quando vê um au au balançando o rabinho? Acho que a maioria, não é mesmo?
“Acredita-se que as crianças que crescem com algum bichinho de estimação sejam mais amorosas”, afirma a diretora-pedagógica Angela Bocchile, da Escola Infantil Doce Geração, em Cotia, SP Sobre a nova aula.
Seguindo essa filosofia, uma nova aula oferecida na escola está chamando a atenção das mamães e despertando o fascínio dos pequenos a partir do mini-maternal, bebês de 1 aninho. O nome é “pet ação”, ou seja, uma atividade com a participação de animais.
A técnica foi estudada e adaptada pela psicopedagoga e médica veterinária Paula Lopes. Geralmente, o método tem objetivo terapêutico e é aplicado em crianças especiais, com deficiência física ou mental. A diferença é que a profissional levou para o ensino regular, utilizando apenas cães.
A professora resolveu criar a aula após ter acesso a uma série de estudos que relatam que o contato com os animais ajuda a desenvolver o conhecimento, eleva o potencial de inteligência e melhora o desempenho na leitura.
“Cientificamente, a Atividade Assistida por Animais (AAA) é reconhecida no mundo. EUA e países da Europa já adotam esse trabalho há 40 anos.”Paula Lopes tem a ajuda de quatro auxiliares muito especiais no trabalho com as criancinhas: July, cadela da raça Goldem Retriever; Lory, Retrieverdo Labrador, além de Sol e Lua, duas pequenas Lhasa Apso.“Só o animal interage com os pequenos de forma tão afetuosa, coisa que nenhum brinquedo é capaz de fazer”, explica a professora.
Segundo ela, essa interação fornece efeitos positivos para o desenvolvimento mental, proporcionando experiências que envolvem emoções, responsabilidade e conseqüências.Diz a psicopedagoga que “por meio do contato com o animal, nascem o cuidado, o respeito e a amizade que nós devemos ter por todos os seres vivos”.
Com muita cor, formas, elementos lúdicos e jogos, as aulas de “pet ação” reforçam o que é ensinado. Alunos com dificuldade para aprender a soletrar determinadas letras, por exemplo, são estimulados a encontrar a pronúncia correta com a ajuda dos cachorros.
O processo é bem simples: os animais usam coletes coloridos revestidos com velcro. As letras em forma de adesivo são fixadas. Enquanto uma atividade se desenrola, a professora procura concentrar a atenção da criança na letra, sempre ressaltando a pronúncia certa.“A grande vantagem é que a turminha fica muito mais atenta, já que todos se encantam com cada movimento dos animais”, afirma a diretora da escola, Angela Bocchile.
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